SESSÃO I
TL 01
Endoventriculoplastia com Exclusão Septal como Técnica de Remodelamento Inverso Ventricular Esquerda na Correção de Aneurismas Ventriculares. Há Permanência dos Resultados após 15 Anos de Seguimento?
Filipe Tomasi Keppen Sequeira de Almeida, Daniel Tomasi Keppen Sequeira de Almeida, Rui M. S. Almeida
OBJETIVO: O objetivo deste estudo é apresentar a experiência cirúrgica, de um único cirurgião, no tratamento de aneurismas de ventrículo esquerdo por endoventriculoplastia com exclusão septal (EVES) e avaliar a qualidade de vida desses pacientes após 200 meses de seguimento.
MÉTODOS: Entre abril/1999 e janeiro/2016, 31 pacientes foram submetidos a EVES, a partir de um grupo de 123 cirurgias de correção de aneurismas do ventrículo esquerdo (25,20%). As variáveis clínicas foram analisadas retrospectivamente e a qualidade de vida tardia com um questionário SF-36.
RESULTADOS: A média de idade dos pacientes foi de 59,00±9,56 anos, e 26 (83,87%) do sexo masculino. Dezenove pacientes estavam em classe funcional IV da NYHA (61,29%), e o EuroSCORE logístico pré-operatória médio foi de 9,26±2,34. Os valores pré-operatórios da fração de ejeção (FEVE) e volumes sistólico e disatólico final de ventrículo esquerdo foram, respectivamente, 31,23±9,14, 114,78±36,09mL e 181,3±49,48mL. A revascularização do miocárdio foi realizada em 28 pacientes concomitantemente. A mortalidade intra-hospitalar foi 12,90%, por síndrome de baixo débito cardíaco e arritmias. O período médio de acompanhamento foi de 10,9±5,6 anos. A FEVE e o tempo de pinçamento da aorta foram os fatores signicativos para mortalidade hospitalar tardia (P=0,021 e P=0,012). A curva de sobrevida atuarial mostrou taxas de sobrevida de 87,28±8,42% no pós-operatório e 64,33±20,65% após 200 meses de acompanhamento. A pontuação global para a qualidade de vida mostrou uma melhora.
CONCLUSÃO: A cirurgia da EVES é uma opção eficaz para o tratamento deste grupo, com melhora na função ventricular esquerda e na qualidade de vida.
TL 02
Resultados do Programa de Implante Valvar Aórtico Transcateter do Hospital São Francisco: Série de 64 Casos
Camylla Santos De Souza, José Dario Frota Filho, Marcela da Cunha Sales, Valter Lima, Pedro Nectoux, Gabriel Constantin, Jonathan Fraportti, Álvaro Rösler, Mauro Pontes, Heraldo Guedis Lobo Filho, Marco Aurélio Barroso Aguiar, José Glauco Lobo Filho, Fernando Lucchese
INTRODUÇÃO: Um programa de implante transcateter de válvula aórtica (TAVI) exige envolvimento multidisciplinar (heart team) e tecnologia de alto custo.
OBJETIVO: Descrever implementação e primeiros resultados do programa de TAVI do Hospital São Francisco.
MÉTODOS: Descrição de casuística institucional de TAVI.
RESULTADOS: De Nov/2009 a Dez/2014 (2009:1; 2010:7; 2011:8; 2012:10; 2013:21; 2014:17), foram realizados 64 TAVIs (mortalidade hospitalar:15,7%). Na fase 1 (F1) do programa, INOVARE® era a única prótese disponível, com a qual trataram-se 22 pacientes (via transapical:21; via transaórtica: 1). Nessa fase, o STS foi 7,4±3,5% (máx:20,03; min:1,91), ES II 8,7± 4,6% e Observant score 5,1±2,6% (mortalidade:22,7%). Na fase 2 (F2), trataram-se 42 pacientes, com disponibilidade de mais 2 próteses, COREVALVE® (23, 54,8%) e SAPIEN (10, 23,8%), além da INOVARE® (9, 21,4%). Nessa fase, o STS foi 6,9±6,3% (máx:35,19; min:1,98), ES II 6,3±4,4% e Observant score 4,1±2,6% (mortalidade: 5/42 ou 11,9%), sendo 4 óbitos de etiologia não cardiovascular (neoplasia de pulmão: 1, mieloma múltiplo: 1, sepse: 2). Houve tendência a maior mortalidade em F1 devido à curva de aprendizado, sem significância (P=0,218). Tratou-se disfunção de prótese biológica com valve-in-valve em 7/22 pacientes (32%) na F1 e 2/42 pacientes (4,8%) na F2. Acesso não TF foi necessário em 14/42 procedimentos (33,3%) na F2, denotando a gravidade dos pacientes. Utilizou-se ecocardiograma transesofágico para monitorar todos os procedimentos, os quais foram realizados em sala híbrida estado da arte (ARTIS ZEEGO).
CONCLUSÃO: Considerando o fato de o Brasil ser um país muito religioso (87% dos brasileiros consideram a religião importante) e a relação benéfica entre E/R e DAC percebe-se a necessidade do médico de incluir a historia espiritual e maximizar a relação médico-pac Programa de TAVI com heart team e tecnologia estado da arte permite resultados clínicos extraordinários, mesmo em pacientes com STS elevado ou gravidade indicada pela alta taxa de acesso não TF.
TL 03
Relato de Caso Sobre o Tratamento de Dissecção Aguda de Aorta, Tipo B de Stanford, em Paciente com Endopróteses Prévias
Silvano Baraúna de Jesus Quintino Baraúna, Mariano Brasil Terrazas, Paloam Cardoso Nôvo, Marcelo Sousa, George Butel, Luis Alberto Santos Saraiva, Fausto Pina, Anderson Terrazas, Dorian Nogueira, Alcinor Hubirajara Adorian, Abilio Nascimento Silva
INTRODUÇÃO: A dissecção aguda da aorta (DAA) é considerada uma urgência de alta gravidade e letalidade que desafia o profissional da saúde. O diagnóstico imediato e preciso, acompanhado com a conduta terapêutica adequada, diminui a mortalidade da doença.
OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente com nova dissecção aguda de aorta quatro centímetros abaixo de uma endoprótese prévia.
MÉTODOS: Relato de Caso.
RESULTADOS: O presente trabalho discorre sobre o conhecimento da dissecção aguda da aorta descritos na literatura e apresenta o caso de um paciente hipertenso há mais de 20 anos, que há dois anos apresentou o primeiro episódio de dissecção aguda da aorta descendente (tipo B de Stanford), sendo abordado com terapêutica endovascular. Atualmente o paciente apresentou nova dissecção, quatro centímetros abaixo da endoprótese prévia, e a conduta realizada foi à abordagem com um novo conjunto de endoprótese.
DISCUSSÃO: A dissecção aguda da aorta (DAA) representa uma emergência cardiológica, com evolução rápida e fulminante. A mortalidade é alta, podendo atingir antes da admissão até 21,4% e 75% nas primeiras 48 horas 1, 2. É necessário um diagnóstico preciso e imediato, para que a intervenção seja adequada.
CONCLUSÃO: As mudanças de abordagem ao tratamento das patologias da aorta, atualmente seguem em ritmo acelerado, baseadas no aprimoramento dos métodos diagnósticos de imagem, métodos terapêuticos cada vez menos invasivos e o advento da terapia endovascular. Entretanto, tais mudanças acabam esbarrando num obstáculo natural para as novas tecnologias: o custo e a dificuldade de acesso do usuário a esses novos métodos.
TL 04
Modificações do Volume do Ventrículo Esquerdo Imediatamente após a Troca Mitral na Estenose Reumática Importante: Relação com a Disfunção Ventricular Esquerda
Marcus Vinícius Silva Ferreira, Gabrielle Santos Oliveira, Claudio Ribeiro da Cunha, Murilo Teixeira Macedo, Mauricio Daher, Adenalva Souza Beck, Maria Estefânia Otto, Fernando Antibas Atik
INTRODUÇÃO: As modificações volumétricas do ventrículo esquerdo (VE) após o alívio da estenose mitral reumática importante assim como sua relação com a função ventricular são pouco estudadas e controversas.
OBJETIVO: Avaliar comparativamente as modificações precoces no volume do VE de pacientes com estenose mitral reumática importante submetidos a troca valvar mitral divididos em grupos: com e sem disfunção ventricular esquerda (DVE) pós-operatória.
MÉTODOS: Entre janeiro de 2010 e junho de 2015, 94 pacientes adultos com estenose mitral reumática foram submetidos a troca valvar com ou sem procedimentos associados na valva tricúspide ou fibrilação atrial. A função e volume do VE foram avaliadas no pré e pós operatório por ecocardiograma e analisadas comparativamente. O grupo DVE foi definido como fração de ejeção.
RESULTADOS: O grupo DVE apresentou um aumento do volume sistólico final (VSF) (VSFpré 47±24,9; VSFpós 75±14,2; P=0,08) e uma queda da fração de ejeção (FE) (FEpré 52,92; FEpós 36,55). O grupo sem DVE apresentou um aumento do VDF (VDFpré 91,1±25; VDFpós 98,7±29,6; P=0,01) e manteve a FE (FEpré 65,97; FEpós 64,76; P=0,45).
CONCLUSÃO: Na troca valvar por estenose mitral reumática importante o comportamento da função do VE está associada a modificações volumétricas distintas. Aqueles com DVE têm aumento do VSF enquanto os que mantém a função de VE têm aumento do VDF.
SESSÃO II
TL 05
Importância de um Time Multidisciplinar no Tratamento Endovascular da Valva Aórtica - Experiência Inicial
Daniel Tomasi Keppen Sequeira de Almeida, Filipe Tomasi Keppen Sequeira de Almeida, Laura Flores, Evandro Flores, Eduardo Keller Saadi, Rui M. S. Almeida
INTRODUÇÃO: As novas tecnologias para tratamento de lesões valvares, nomeadamente as técnicas endovasculares, têm sido uma grande mudança no paradigma de tratamento. Iniciando o tratamento das lesões aórticas por implante valvar aórtico transcatéter (TAVI) o estabelecimento dum time multidisciplinar é de extrema importância.
OBJETIVO: Demonstrar a efetividade do TAVI e os resultados de mobi-mortalidade a curto e médio prazo.
MÉTODOS: Após análise de dois cirurgiões e um cardiologista intervencionista, foi indicado o TAVI em dez pacientes. O sexo masculino predominou em 85% e a idade média foi de 77,40±8,98 anos. Seis pacientes encontravam-se em classe IV NYHA, dois em uso de DVA e dois previamente submetidos a CRM. Dois pacientes foram a óbito previamente á cirurgia e um aguarda cirurgia. Seis pacientes foram submetidos a TAVI por punção.
RESULTADOS: O tratamento foi realizado com sucesso em quatro pacientes. As próteses usadas foram cinco CoreValve®, sendo em um caso necessidade de usar duas por deslocamento. Os números usados foram o 31 em três casos e o 29 em um caso. O tempo médio do procedimento foi de 65 minutos, tempo de escopia de 18 minutos; o de permanência em UTI foi de 5,64±13,44 dias. Um paciente apresentou um quadro de infecção pulmonar, necessidade de ventilação mecânica e óbito.
CONCLUSÃO: Apesar de um pequeno número de pacientes avaliados, conseguiu-se analisar que TAVI, é tratamento indicado em casos bem selecionados pelo time multidisciplinar, que faz a diferença na escolha dos candidatos, no tratamento e acompanhamento.
TL 06
Avaliação Pôndero-Estatural de Pacientes com Síndrome de Down e Cardiopatias Congênitas Submetidos à Cirurgia Cardíaca
Cássia de Fáveri, Decio Cavalet Soares Abuchaim, Julia Duarte Schumacher, Maria Cláudia Schmitt Lobe
INTRODUÇÃO: Dentre as intervenções cirúrgicas realizadas nas crianças com Síndrome de Down, predomina a cirurgia cardíaca, que apresentam alto risco e elevada incidência de complicações.
OBJETIVO: Avaliação da recuperação do peso e altura em pacientes com Síndrome de Down submetidos a cirurgia cardiaca.
MÉTODOS: Estudo observacional, retrospectivo, seccional e analítico de pacientes com Síndrome de Down e cardiopatia congênita que realizaram cirurgia cardíaca.
RESULTADOS: Segundo o escore de RACHS-1, as cardiopatiasaram categorias 1, 2 e 3, com prevalência no Escore 1: 21%(n=7), Escore 2: 45%(n=15) e Escore 3: 33%(n=11). A mortalidade hospitalar foi de 6,1%(n=2) na categoria 2, e de 3% (n=1) na categoria 3. Estodou-se 29 pacientes em relação ao peso, estatura e repercussão hemodinâmica, separados em repercussão hemodinâmica discreta, moderada ou grave, conforme ecocardiograma. A repercussão discreta houve em 10,3% (n=3), destes 100% não tiveram mudança no percentil de peso e estatura. Repercussão moderada ocorreu em 48,2% (n=14), onde 64%(n=9) tiveram melhora no percentil de peso e 62%(n=8) apresentaram melhora no percentil da estatura. Repercussão importante foi encontrada em 41,3% (n=12) dos casos e 75%(n=9) apresentou melhora no percentil de peso e 42%(n=5) com melhora no percentil de estatura, com P=0,014 para o peso e P=0,016 para estatura.
CONCLUSÃO: A intervenção cirurgica promise um beneficio significativo no aumento do peso e altura nestes pacientes, principalmente naqueles com maior subnutrição.
TL 07
Associação entre Tempo de Circulação Extracorpórea e Tempo de Permanência na Unidade de Terapia Intensiva Pós Cirurgia Cardíaca. Um Estudo Observacional em um Hospital Universitário
Thales Nogueira Gomes, Matheus Duarte Pimentel, Caroline Cleophas Lobo Leite, Carolina Oliveira Sousa, Douglas Gonçalves Madeira, Larissa Freire Alves Nogueira, Isadora Lopes Bessa, Talles Lorran Andrade Cavalcante, Yan Mendonça Magalhães, Mateus Pitombeira Araújo, Helayne Moreira Claudino, Camilla Aires Montenegro, Robson Gomes Coutinho, Nathalia Ribeiro Pinho de Sousa
INTRODUÇÃO: A duração da circulação extracorpórea (CEC) em cirurgias cardiovasculares é apontada como preditor independente para ocorrência de complicações e de tempo prolongado em unidade de terapia intensiva (UTI) no período pós-operatório[1].
OBJETIVO: Analisar se o tempo de CEC está associado ao tempo de permanência na UTI (TpUTI) nos pacientes submetidos a cirurgias cardiovasculares em um hospital universitário no ano de 2015.
MÉTODOS: Estudo observacional retrospectivo a partir dos prontuários de pacientes submetidos a cirurgia cardiovascular no Hospital Universitário Walter Cantídio. A mediana da duração da CEC foi de 100mins, portanto este valor foi usado como corte. Calculou-se então a média do Tp UTI em cada grupo e o teste t de Student para diferença entre médias. Adicionalmente, presença de comorbidades, idade e procedimento cirúrgico também foram analisados.
RESULTADOS: O tempo de CEC e o TpUTI foi coletado em 18 dos 21 pacientes. A prevalência de fatores de risco cardiovasculares foi semelhante entre os grupos. No grupo CEC60 anos, 66.7% foram submetidos a procedimentos orovalvares e a média do TpUTI foi 4,67 (IC95% 2.36-6.97) (P=0.5502).
CONCLUSÃO: Como P=0.5502, não se pode considerar que o tempo de CEC aumentou o TpUTI neste estudo. Há de se considerar que a diferença encontrada pode ser devido às diferenças de idade, tipos de procedimentos ou outras variáveis não estudadas neste trabalho.
[1]Salis S, Mazzanti VV, Merli G, Salvi L, Tedesco CC, Veglia F, Sisillo E. Cardiopulmonary bypass duration is an independent predictor of morbidity and mortality after cardiac surgery. J Cardiothorac Vasc Anesth. 2008 Dec;22(6):814-22.
TL 08
Relato de Experiência: Injeção de Látex Natural em Corações de Suínos para Estudo da Vascularização Cardíaca e sua Relevância no Aprendizado da Anatomia por Estudantes de Medicina
Antonio Lucas Albuquerque de Sabóia, Sebastião Carlos de Sousa Oliveira, Raimundo Nonato Lira Pompeu de Saboya, Eládio Pessoa de Andrade Filho, Daniel Hardy Melo, Joana Paula Portela
INTRODUÇÃO: A utilização de peças anatômicas no ensino da anatomia humana é fundamental para a compreensão dos estudantes acerca destas estruturas. Visto isto, torna-se extremamente válido a realização de aulas práticas mais interativas e dinâmicas, utilizando métodos complementares, no caso o coração suíno, muito similar ao humano, para a contribuição do aprendizado.
OBJETIVO: Relatar uma sessão de estudos com acadêmicos do curso de medicina, objetivando um maior contato com corações de suínos, que são peças anatômicas similares aos corações humanos, possibilitando um aprendizado mais efetivo.
MÉTODOS: Utilizaram-se 3 corações suínos, látex, sondas vesicais, seringas, tesouras e pigmento. Participaram voluntariamente 10 estudantes do segundo semestre do curso de Medicina, que foram divididos em 2 grupos. Cada grupo realizou a dissecação das artérias coronárias, nas quais foram introduzidas em seus respectivos óstios sondas para a injeção do látex, o qual perfundiu nestes vasos.
RESULTADOS: A substância apresentou boa perfusão nos vasos arteriais, possibilitando a plena visualização das estruturas em estudo. Além disso, os estudantes tiveram a oportunidade de dissecar as artérias superficiais do órgão, incluindo artérias de pequeno calibre, confirmando a eficácia do método.
CONCLUSÃO: Foi observado que a realização de sessões de estudos com métodos alternativos possibilitou um maior contato dos estudantes com a peça e propiciou a oportunidade de dissecações, o que mostrou-se satisfatório para uma maior compreensão da anatomia do sistema arterial do coração. Isto incentivou sobremaneira o estudo destas estruturas, sendo esse estudo anatômico importante para fundamentação básica dos conhecimentos em cirurgia cardiovascular.
SESSÃO III
TL 09
Estudo Qualitativo da Viscosidade Sanguínea e sua Relação com o Fluxo Sanguíneo após Alterações Hemostáticas no Sistema Cardiovascular
Carlos Augusto Feliciano Pereira, Alberto Corriero, Victor Costa Correa, Sonia Garcia Diaz
INTRODUÇÃO: Crescem exponencialmente os números de patologias cardiovasculares associadas a distúrbios de coagulação e consequentemente ligados indiretamente aos fatores da resistência vascular periférica. Compreender o papel da viscosidade sanguínea torna-se essencial, para interpretar patologias tão comuns, como a desidratação e anemia.
OBJETIVO: O objetivo será descrever as alterações que ocorrem no fluxo sanguíneo, quando se modifica a viscosidade sanguínea, relacionando as modificações com quadros comuns de desidratação e anemia.
MÉTODOS: Realizou-se revisão bibliográfica nas bases de dados SciELO, MedLine, PubMed. No Laboratório de Fisiologia Médica da Universidad de Extremadura (Espanha), utilizou-se um simulador do corpo humano de última geração. Adotamos as variáveis: Pressão (100 mmHg), Artéria Aorta com espessura de 5mm, a longitude entre o coração e o orgão a ser irrigado foi de 50 mm e a viscosidade sanguínea inicial de valor 1. Mantemos constante todas as variáveis. E analisamos o fluxo sanguíneo, na viscosidade 1 até a viscosidade 10.
RESULTADOS: Os resultados encontrados foram uma diminuições exponenciais do fluxo sanguíneo, que quando submetidos inicialmente a viscosidade 1 apresentou fluxo de 490,6 ml/min, na viscosidade 2:245,3ml/min, viscosidade 3:163,5 ml/min; viscosidade 4:122,7 ml/min; viscosidade 5: 98,1 ml/min; viscosidade 6:81,8 ml/min; viscosidade 7:70,1ml/min; viscosidade 8:61,3ml/min; viscosidade 9: 54,5ml/min e viscosidade 10:49,1ml/min.
CONCLUSÃO: Conclui-se que em quadros de anemia e desidratação, o volume de células eritrocíticas torna-se menor, aumentando a viscosidade sanguínea e diminuição do fluxo sanguíneo, aumentando a varição na pressão arterial. Ocorreu entre a viscosidade 1 e 5 diminuição de 80% do fluxo sanguíneo e entre a viscosidade 5 e 10 uma diminuição em 50% do fluxo sanguíneo.
TL 10
Análise do Perfil das Cirurgias Cardiovasculares do Hospital Universitário Walter Cantídio
Matheus Duarte Pimentel, José Glauco Lobo Filho, Heraldo Guedis Lobo Filho, Marco Aurélio Barroso Aguiar, Caroline Cleophas Lobo Leite, Thales Nogueira Gomes, Carolina Oliveira Sousa, Douglas Gonçalves Madeira, Larissa Freire Alves Nogueira, Isadora Lopes Bessa, Talles Lorran Andrade Cavalcante, Yan Mendonça Magalhães, Mateus Pitombeira Araújo, Helayne Moreira Claudino, Camilla Aires Montenegro, Robson Gomes Coutinho
INTRODUÇÃO: Afecções cardiovasculares continuam por representar, em nosso país, importante causa de morbimortalidade. Nesse contexto, a cirurgia cardiovascular (CCV) surge como área essencial no tratamento destas doenças, tendo 44.605 procedimentos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), apenas em 2014.
OBJETIVO: Analisar o perfil dos procedimentos em CCV realizados no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) de 2009 a 2014, comparando este com o verificado no restante do Brasil.
MÉTODOS: Neste estudo observacional e retrospectivo, analisou-se no banco de dados do serviço de CCV do HUWC, tipos de procedimentos realizados, sendo estes agrupados em seis tipos: cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) isolada, CRM associada à cirurgia orovalvar, cirurgia orovalvar isolada, cirurgia para correção de cardiopatias congênitas, e outros procedimentos. Esta análise foi então comparada com os dados disponíveis no DATASUS.
RESULTADOS: Foram realizadas 493 CCV no período analisado. Destas, as CRM corresponderam a 287 (58,21%), CRM combinada a procedimentos orovalvares a 27 (5,47%), cirurgias orovalvares a 143 (29%), correção de cardiopatias congênitas a 17 (3,44%) e outros procedimentos a 19 (3,85%). No panorama nacional, excluindo-se procedimentos de hemodinâmica, eletrofisiologia e estimulação cardíaca artificial, foram realizados 269.724 procedimentos em CCV, dos quais, 136771 eram CRM (50,7%) e 47516 cirurgias orovalvares (17,6%).
CONCLUSÃO: CRM é o procedimento mais comumente realizado, seguido das cirurgias orovalvares, fato este em consonância com o verificado nacionalmente. Nota-se que estas, no entanto, correspondem a maior percentual dos procedimentos localmente do que no restante do país.
TL 11
Enxerto de Artéria Torácica Interna em "Y": Uma Solução para Ateromatose de Aorta
Emidio Germano da Silva Neto, Hernani de Paiva Gadelha Júnior
INTRODUÇÃO: A prevalência de CRM associada à doença de aterosclerótica grave (DAG) de aorta cresceu exponencialmente[1]. Para evitar o manuseio da aorta ascendente (MAA), Mills criou as bases técnicas da CRM com enxerto de Veia Safena Magna (VSM) e Artéria Torácica Interna Esquerda (ATIE), esta previamente implantada à Artéria Descendente Anterior (ADA)[2].
OBJETIVO: Relatar um caso de CRM com anastomose em "Y" da ATIE com a VSM irrigando a Artéria Coronária Direita (ACD), em paciente portador de DAG de aorta.
MÉTODOS: Análise de prontuário.
RESULTADOS: F.M.N., 70 anos, sexo masculino. Deu entrada com queixas de angina e dispneia por três dias. Relata hipertensão, mas nega diabetes e tabagismo. Ao ECG, constatou-se supradesnivelamento de ST em DII, DIII e aVF (IAM de parede inferior). Na cineangiocoronariografia, foram vistas oclusões de 90 % no terço médio da ADA e no terço proximal da artéria diagonalis, além de 100 % de oclusão na ACD. No ecocardiograma transtorácico, foram detectados aneurisma apical e FE=32%. No intraoperatório, utilizou-se circulação extracorpórea (CEC) e constatou-se a impossibilidade clampeamento parcial e anastomose da aorta. Foi realizada aneurismectomia com trombectomia do VE. A ADA foi anastomosada diretamente à ATIE e à VSM, esta última com a CD. O procedimento transcorreu sem complicações.
DISCUSSÃO: A ateromatose de aorta é um fator de risco independente para o desenvolvimento de AVE no pós-operatório[3,4]. Para minimizar a MAA, optou-se por enxerto em "Y" a partir da ATIE.
CONCLUSÃO: Na DAG de aorta, opção de procedimentos com MAA mínima é crucial.
[1]Lobo Filho JG, Leitão MCA, Lobo Filho HG, Soares JPH, Magalhães GA, Leão Filho CSC, et al. Cirurgia de revascularização coronariana esquerda sem CEC e sem manuseio da aorta em pacientes acima de 75 anos. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2002;17(3):208-14.
[2]Mills NL. Physiologic and technical aspects of internal mammary artery bypass graft. In: Cohn LH, editor. Cardiac/thoracic surgery. New York: Futura; 1982. p.1-19.
[3]Atik FA, Silva IA, Cunha CRC. Fatores de risco de ateromatose da aorta em cirurgia cardiovascular. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2014;29(4):487-93.
[4]Lima RC, Kubrusly LF. Diretrizes da cirurgia de revascularização miocárdica. Arq Bras Cardiol. 2004;82(5).
TL 12
Relato de Experiência: Preenchimento das Câmaras e Vasos Cardíacos com Resina Auto Polimerizante para Estudo da Vascularização Arterial e Venosa em Corações Suínos e a Aplicação dessa Técnica na Compreensão da Anatomia Cardiovascular por Acadêmicos de Medicina
Sebastião Carlos de Sousa Oliveira, Antonio Lucas Albuquerque de Sabóia, Raimundo Nonato Lira Pompeu de Saboya, Eládio Pessoa de Andrade Filho, Daniel Hardy Melo, Joana Paula Portela
INTRODUÇÃO: O estudo anatômico é indispensável para fundamentação básica dos conhecimentos em cirurgia cardiovascular. Deste modo, a utilização de métodos auxiliares, como a modelagem das cavidades e do suprimento vascular em corações suínos com resina acrílica, torna-se importante para complementação do ensino desse assunto.
OBJETIVO: Relatar a experiência de 5 estudantes do curso de medicina com a utilização da técnica de injeção de resina acrílica seguida de corrosão em corações suínos, devido a sua semelhança com o coração humano, para obter uma visualização alternativa das estruturas e melhorar a aprendizagem da anatomia.
MÉTODOS: Utilizaram-se dois corações suínos, resina acrílica auto polimerizante, sondas, seringas, pinças e ácido sulfúrico. O Tronco Pulmonar e Aorta foram preparados para receber as sondas. Injetou-se resina azul no Tronco Pulmonar e vermelha na Aorta. Após preencher as cavidades, a resina difundiu-se pelo sistema vascular. Com a resina sólida, os corações foram submersos em ácido sulfúrico.
RESULTADOS: Após a corrosão do material orgânico pelo ácido, obteve-se um molde em resina das câmaras cardíacas e dos sistemas arterial e venoso. Além das estruturas superficiais, foi possível a visualização dos ramos septais, permitindo uma boa compreensão de parte da vascularização profunda do coração, o que não é possível na observação superficial. Além disso, o método mostrou-se útil em motivar o estudo da anatomia dessas estruturas.
CONCLUSÃO: Observou-se que a realização dessa atividade possibilitou um maior contato dos estudantes com as peças, além de ter sido satisfatória em oferecer um método alternativo para o aprendizado da anatomia do coração, em especial da sua extensa vascularização.
TL 13
Impacto Epidemiológico do Infarto Agudo do Miocárdio no Estado do Ceará
Larissa Freire Alves Nogueira, José Glauco Lobo Filho, Heraldo Guedis Lobo Filho, Matheus Duarte Pimentel, Carolina Oliveira Sousa, Caroline Cleophas Lobo Leite, Thales Nogueira Gomes, Isadora Lopes Bessa, Yan Mendonça Magalhães, Talles Lorran Andrade Cavalcante, Douglas Gonçalves Madeira, Camilla Aires Montenegro, Robson Gomes Coutinho, Helayne Moreira Claudino, Mateus Pitombeira Araújo
INTRODUÇÃO: Uma das manifestações clínicas de maior relevância da doença aterosclerótica coronariana é o infarto agudo do miocárdio (IAM), afecção que pode, ao ser analisada sob perspectiva epidemiológica, mostrar-se como indicador da prevalência de DAC em determinado grupo populacional.
OBJETIVO: Analisar, no período de 2010 a 2014, o impacto do IAM sobre os dados epidemiológicos relacionados à assistência à saúde no estado do Ceará.
MÉTODOS: Estudo transversal descritivo, no qual analisou-se dados referentes ao IAM no Ceará através de banco de dados secundários (DATASUS). As seguintes variáveis foram analisadas: sexo e faixas etárias, número de internações no período, valor total gasto, média do valor da internação, média de permanência internado e taxa de mortalidade.
RESULTADOS: A faixa etária e o sexo mais prevalentes de ocorrência foram de 60 a 69 anos (28%), e o masculino (59%), respectivamente. 14359 pacientes foram internados no Ceará por IAM em todo o período analisado, com este número correspondendo a 7% do total de internações por doenças do aparelho circulatório. Manejo e tratamento desta enfermidade requerem elevados custos, acumulando R$ 59.242.842,00 milhões gastos, e valor médio da internação de R$ 4139,24. Média de permanência da internação foi de 6,56 dias e taxa de mortalidade de 12,47/100.000 hab.
CONCLUSÃO: Sexo masculino e idosos constituem o grupo em que o IAM mostra-se mais prevalente. Esta afecção acarreta substancial morbi-mortalidade e tem grande repercussão no sistema de saúde do Ceará pelo seu elevado número de hospitalizações e impacto econômico.
TL 14
Tratamento das Síndromes Aórticas Agudas no SUS: Aberto e Endovascular
Hylana Hellen Bispo da Silva Lima Hyla Lima, Dhaisa Thainá de Souza Conceição, Bruna Tamille de França Santos, Daiane Thaysa Brito Nakamura, Jackson Brandão Lopes
INTRODUÇÃO: As síndromes aórticas agudas (SAA) são extremamente relevantes por sua alta morbimortalidade e seu tratamento no SUS tem traduzido a incorporação das novas tecnologias, considerando-se a ampliação do emprego das técnicas endovasculares. A escolha do tipo de tratamento depende da localização e extensão do aneurisma/dissecção.
OBJETIVO: Descrever e comparar os resultados dos tratamentos aberto e endovascular para as síndromes aórticas agudas no SUS entre 2008 e 2015.
MÉTODOS: Estudo observacional, utilizando dados do DATASUS referente às autorizações de internação hospitalar (AIH), média de permanência e de custos, e taxa de mortalidade referentes às cirurgias abertas e endovasculares para o tratamento das síndromes aórticas agudas entre 2008 e 2015.
RESULTADOS: No período estudado, realizaram-se 47.065 internações para o tratamento de SAA, sendo 22,6% para o tratamento endovascular. O valor médio de internação foi de R$ 22.491,46. A média de permanência foi de 8,8 dias no Brasil. A taxa de mortalidade no Brasil foi de 5,92. O Nordeste registrou taxa de mortalidade menor que a média nacional em cirurgias abertas. Na Bahia houve aumento do emprego da técnica endovascular entre 2008 e 2015. O valor médio foi de R$ 20.104,50, no tratamento endovascular, e R$ 3.477,78 para as cirurgias abertas. A média de permanência foi de 7,2 dias na cirurgia endovascular e de 11,59 dias na aberta.
CONCLUSÃO: As síndromes aórticas agudas continuam sendo mais abordadas pela cirurgia aberta, mas o emprego do tratamento endovascular vem aumentando, apresentando melhores resultados. Ainda assim, a cirurgia aberta deve continuar sendo utilizada nos casos de contraindicações à abordagem endovascular.